Acompanhantes de luxo faturam alto, mas sonham com vida nova
Postado por: Bela Acompanhante em 24 de Janeiro de 2019
Durante o dia elas são apenas jovens comuns aproveitando o tempo, cuidando dos cabelos e das unhas. Mas o cenário muda quando anoitece.
Vaidosas, bonitas e desinibidas, elas escolheram a profissão mais antiga da humanidade para garantir o dinheiro na conta todo mês. As mais belas têm ganhos superiores aos de muitos profissionais com décadas de estudo.
O dinheiro é a parte boa de uma vida espinhosa, que não tem nada de glamurosa. O cotidiano de segredos, a preocupação com doenças sexualmente transmissíveis, a submissão às vontades dos clientes e o sonho de mudar de vida as acompanham.
As garotas de programa de luxo de Cuiabá chegam a faturar até R$ 20 mil ao mês com serviços sexuais. Na semana passada, o MidiaNews conversou com três garotas que frequentam a boate mais cara da cidade. Elas aceitaram relatar seu dia a dia, mas se recusaram a ser fotografadas. Temem se expor.
A reportagem também tentou contato com ao menos seis garotas que fazem anúncio pela internet, mas nenhuma delas quis dar entrevista, mesmo com a condição de não ter seus nomes revelados.
O valor depende do dia, do horário, do cliente também. Para você querer programa, tem que ter dinheiro
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Com cabelos longos e lisos, unhas bem feitas, rosto de boneca e corpo esbelto, elas se sentem a vontade para cobrar altos valores por seus serviços – pois há quem se disponha a desembolsar.
Juliana – nome artístico – de 22 anos, diz que o programa sexual mais barato sai por R$ 500 e dura meia hora. Mas o valor pode variar entre R$ 800 a R$ 1 mil. Juliana ainda conta que o valor integral dos programas fica com as garotas.
“O valor depende do dia, do horário, do cliente também. Para você querer programa, tem que ter dinheiro”, avisa Juliana.
As garotas trabalham de segunda a sábado, durante seis horas por noite. Em um dia movimentado, Juliana consegue fazer até três programas. Quando a clientela está ruim, ela faz apenas um.
Jhenifer, também de 22 anos, explica que os clientes possuem grande poder aquisitivo, tem mais de 40 anos e são casados.
“O que ele não tem na casa dele, a gente têm que fazer. Porque se ele vem na zona, é porque a mulher dele não tem correspondido”, afirma.
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No entanto, o programa deve ser pago antecipadamente – o temor delas é o calote. “Eles pagam adiantado. Sem dinheiro, a gente não faz nada”.
Os serviços são acertados entre os clientes e as acompanhantes. Além disso, a mais belas se dão ao luxo de poder escolher os homens com quem vão se deitar.
“Se a gente não está à vontade, a gente pode virar as costas e sair. A gente tem condição de escolher. Não é obrigada a fazer nada aqui”, revela Jhenifer.
Juliana veio de São Paulo há dois meses para levar a vida como garota de programa em Cuiabá. Antes disso, passou por uma boate em Campo Grande (MS), onde teve sua primeira experiência. Ela considera seu primeiro programa horrível, situação a que estão expostas as garotas de programa.
“Eu peguei um homem nojento, fedido, na outra boate. Faz três meses. Ele era fedido”, relembra.
O que ele não tem na casa dele, a gente têm que fazer. Porque se ele vem na zona, é porque a mulher dele não tem correspondido
A acompanhante escolheu a profissão por causa do retorno financeiro. “Decidi fazer programa por dinheiro. Dá muito dinheiro. Mas é uma loucura. A gente tem que beber, festar, falar com os clientes”, relata Juliana.
Para ela, a prostituição não deve ser encarada como algo de outro mundo.
“É um trabalho normal. A única diferença é que a gente cobra para fazer sexo. Enquanto há meninas por aí que fazem de graça”.
Já Jhenifer largou a vida de estudante para ganhar dinheiro com o sexo depois de ver sua prima no ramo. Ela começou a trabalhar na boate, onde capta os clientes, há apenas três semanas.
“Eu também comecei por causa de dinheiro. A minha prima fazia programa e estava ganhando bastante”, expõe.
Ela explica que há um grande investimento para ser garota de programa. Mesmo ganhando muito, diz que também precisa comprar roupas, fazer as unhas, o cabelo, maquiagem.
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“Não é fácil. A gente investe muito, tem que estar sempre bonitinha. Não é só ganhar dinheiro. A gente tem muito gasto”, diz Jhenifer.
A garota revela que a maioria dos clientes pede por duas meninas, mas vê isso com normalidade.
“Eles gostam de ver duas meninas juntas. Mas não tem nada de estranho, é só sexo”, afirma.
Mas os serviços são bem variados. Também tem aqueles que buscam apenas por conversas e diversão.
“Às vezes eles também querem conversar. Tem homem que gosta de conversar. A gente faz festa também, a gente bebe, se diverte. Se a companhia estiver ruim, a gente sai”, completa.
Eles gostam de ver duas meninas juntas. Mas não tem nada de estranho, é só sexo.
Próximo à boate existe uma casa utilizada pelas acompanhantes de luxo. A residência é barulhenta, a voz de mulheres pode ser ouvida da rua. Cerca de 10 garotas moram no imóvel.
Esse local possui uma lanchonete, um salão de beleza, loja de roupas e acessórios, uma sala com sofás e alguns quartos.
É meio de tarde. Algumas comem um sanduíche feito por uma mulher de pouco mais de 50 anos. Outra assiste à TV sentada no sofá enquanto sua colega escolhe algumas roupas para a noite.
Jhenifer aguarda sua vez para fazer as unhas com uma manicure vestida com um jaleco branco e seu nome bordado no peito. Durante o dia, elas gastam o seu tempo como bem entendem.
“A gente descansa, se arruma, faz o que a gente quiser. Se quiser ficar deitada o dia inteiro, pode”, disse.
Ter relações sexuais com diversos parceiros pode ser perigoso devido às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Isso é algo que constantemente ganha a atenção das acompanhantes de luxo.
Não tem um único programa em que elas não usem preservativos, segundo Juliana. Isso é essencial para garantir sua saúde.
“Até para fazer oral a gente usa camisinha”, revelou.
As garotas de programa dizem que também vão ao médico regularmente e tomam todas as vacinas de prevenção às doenças.
A gente vai ao médico sempre, faz exames. A gente se cuida mais do que essas meninas de rua
“A gente faz exames de 4 em 4 meses ou de 6 em 6 meses. Já toma as vacinas para prevenir, como a hepatite B, C, HPV. Através de um beijo a gente pode pegar hepatite B”, explica um garota que não quis se identificar.
Para Juliana, é essa preocupação com o corpo que as diferencia das prostitutas da rua.
“A gente vai ao médico sempre, faz exames. A gente se cuida mais do que essas meninas de rua”.
A família de Juliana sabe que ela decidiu trabalhar com programas sexuais, porém não a julga pelas suas escolhas.
“Minha mãe sabe, mas para ela é normal”.
Juliana também ajuda sua mãe financeiramente e está fazendo o seu pé de meia, pois não pretende estar na vida de programas para sempre.
“Eu estou guardando dinheiro para alcançar meus objetivos. Vou estudar, ter uma família. Não vou trabalhar o resto da minha vida”, revelou.
Ela contou que outras garotas também juntam dinheiro para comprar apartamento, carro e até ajudar a família.
No entanto, há aquelas que optam por gastar todo o dinheiro sem nenhuma preocupação com o futuro.
“Tem algumas que são inteligentes e outras que são burras, que gastam a toa o dinheiro”.
Via MediaNews